Há vários anos a classificação de dengue é criticada por não conseguir captar todos os casos graves. Para se confirmar um caso de febre hemorrágica do dengue são necessários 5 critérios (febre de no máximo 7 dias, exame específico positivo para dengue, plaquetopenia< 100.000mm3, extravasamento plasmático e manifestações hemorrágicas). Em virtude dessas críticas e deficiência da classificação, em 2009 foi financiado um estudo multicêntrico e foi proposta uma nova classificação para os casos de dengue.
Durante esses últimos anos (2010-2013) essa nova proposta foi avaliada nos cinco continentes, em todas as possíveis situações (epidemias, sem epidemias, na atenção básica, em hospitais, ambulatoriais e outros) e apresentou inúmeras evidências científicas apontando para sua maior sensibilidade. Diante desses achados científicos incontestáveis o Ministério da Saúde do Brasil, assim como grande parte dos outros países, passou a adotar a nova classificação para os casos de dengue.
Desta forma, a partir de janeiro de 2014, as denominações dengue clássico, febre hemorrágica do dengue (Grau I, II, III e IV), dengue com complicação e síndrome de choque do dengue deixaram de ser utilizadas. Passamos a ter a seguinte denominação: DENGUE, DENGUE COM SINAIS DE ALARME E DENGUE GRAVE. Essa nova denominação se mostrou mais sensível para captar os casos graves e com isso deverá contribuir para melhorar o diagnóstico, estadiamento/manejo dos pacientes, possível redução da letalidade por dengue e uma maior aproximação entre vigilância epidemiológica e assistência. Importante ter clareza de que NÃO será possível comparar DENGUE GRAVE (nova classificação) com casos de FHD + DCC (classificação antiga). Não é possível fazer essa comparação e assim perderemos a condição de comparar os casos com anos anteriores.
A Secretaria de Saúde do Ceará, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, realizou nos dias 25 e 26 de novembro e 6 de dezembro de 2013 capacitação para profissionais das 22 CRES e seus municípios sede, além dos técnicos dos Núcleos Hospitalares de Vigilância e as seis SER's de Fortaleza.
De acordo com a nova classificação há mudanças também na definição de casos e a inclusão de uma definição específica para crianças. Serão considerados suspeitos de dengue:
Quaisquer pessoas que vivam ou tenham viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti, que apresenta febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náusea, vômitos, exantema, mialgia, artralgia, cefáleia, dor retroorbitária, petéquias, prova do laço positiva ou leucopenia.
Também deve ser considerado caso suspeito toda criança proveniente ou residente em área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre 2 a 7 dias, e sem foco de infecção aparente.
Caso suspeito de dengue com sinais de alarme: É todo caso de dengue que, no período de defervescência da febre apresenta um ou mais dos seguintes sinais de alarme: dor abdominal inten sa e contínua, ou dor a palpação do abdômen, vômitos persistentes, acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, pericárdico), sangramento de mucosas, letargia ou irritabilidade, hipotensão postural (lipotímia), hepatomegalia maior do que 2 cm ou aumento progressivo do hematócrito.
Caso suspeito de dengue grave: Será todo caso de dengue que apresenta um ou mais dos seguintes resultados:
· Choque devido ao extravasamento grave de plasma evidenciado por taquicardia, extremidades frias e tempo de enchimento capilar igual ou maior a três segundos, pulso débil ou indetectável, pressão diferencial convergente ≤ 20 mm Hg; hipotensão arterial em fase tardia, acumulação de líquidos com insuficiência respiratória.
· Sangramentograve, segundo a avaliação do médico (exemplos: hematêmese, melena, metrorragia volumosa, sangramento do sistema nervoso central);
· Comprometimento grave de órgãos tais como: dano hepático importante (AST o ALT>1000), sistema nervoso central (alteracão da consciência), coração (miocardite) ou outros órgãos.
FONTE: http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins
FONTE: http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins
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