Por Alidemberg Araújo Loiola
No ano de 2016 o Estado do Ceará passou pelo 5º maior surto de dengue desde 2001, ano que os dados passaram a ser computados, e a incidência registrada foi de 430 casos para cada 100 mil/habitantes. Tal surto teve 97,2% das pessoas infectados pelo DENV-1 e 2,8% pelo 2 e não houve registro de infecções pelos sorotipos 3 e DENV-4.
Tomando como exemplo o sorotipo predominante
no último ano (DENV-1), houve 36.711 confirmações de infecções por tal patógeno, e em
2011, ano que causou mais vítimas, foram 56.079 pessoas, e de 2010 a 2016, ele já acometeu 170.702 indivíduos. Logo, para este ano de 2017, provavelmente, um
número bem menor de pessoas será infectado pelo sorotipo em questão, pois o
indivíduo só fica doente por um dos quatro sorotipos, apenas uma vez, ficando
imune ao mesmo.
Com relação ao outro tipo isolado em 2016, o
DENV-2, se realmente este reaparecer neste ano de 2017, poderá causar um surto
de grandes proporções, basta ele encontrar uma região onde haja um índice de
infestação predial (IIP) >1% (alta densidade do vetor), porque indivíduos
susceptíveis terá de sobra, pois a última vez que causou um grande surto em nosso estado foi em 2008, há 9 anos, portanto, a maioria das pessoas não está imune a ele, e tais fatores, quando somados, são um ambiente propício
para um surto.
Em Pernambuco, um estado que faz fronteira com
o Ceará, o sorotipo 3 foi encontrado em 87,5% das amostras positivas para
dengue, o que nos deixa preocupado por ser um estado vizinho ao nosso.
Portanto, se o sorotipo 3 chegar ao Ceará, também poderá causar um grande
surto, visto que a última vez que o mesmo causou um número significativo de casos em
nosso estado, foi em 2008 (10.682 casos), o que nos leva a concluir que a
grande maioria das pessoas não está imune a ele, ou seja, sendo susceptível a infecção pelo DENV-3.
No tocante a Chikungunya, não podemos afirmar com certeza absoluta, porém, as chances são enormes de um grande surto este ano de 2017. Começo traçando um paralelo com a Dengue, que de 2010 a 2016, acometeu 170.702 pessoas e a Febre de Chikungunya, que ano passado infectou, confirmadamente, 31.482 pessoas, podemos com isso inferir que esse pouco mais de 31 mil pessoas foi apenas o começo, se tomarmos como base as mais de 170 mil pessoas que adoeceram somente pelo sorotipo DENV-1 nos últimos 7 anos.
Os fatores considerados mais importantes para temermos um grande surto de Febre de Chikungunya nesse ano são, primeiramente, o fato dela ser infecção viral nova em nosso país, e existem muitas pessoas susceptíveis em nosso estado e, segundo, se o vírus encontrar em nosso estado condições propícias para se propagar, como alta densidade do vetor (figura acima) associada ao potencial de disseminação da chikungunya, que é maior que o da dengue (após o mosquito picar um doente com chikungunya, de 3 a 5 dias já pode transmitir o vírus, enquanto que na dengue e zika leva de 5 a 7 dias) e que o período de viremia da chikungunya, de 10 dias, é maior que o da dengue, de 7 dias, ou seja, o indivíduo doente passa mais dias com o vírus no sangue, aumentando as chances de ser picado pelo mosquito e, consequentemente, aumentando as chances dele se propagar com maior magnitude do que o vírus da dengue. Esses fatores, quando somados, facilitam ainda mais a transmissão entre homens e mosquitos, e isso leva inevitavelmente a um surto pelo vírus da chikungunya em 2017, se esse vírus voltar a circular no Ceará novamente, pois o IIP (Índice de Infestação Predial) de grande parte dos municípios, como mostra a figura já citada, está bastante elevado (>1%) e indivíduos suscetíveis o estado tem de sobra, uma combinação perfeita para um surto, principalmente em se tratando de chikungunya, que tem uma taxa de ataque girando em torno de 70%. Portanto, se esses fatores acontecerem juntos, a epidemia é, praticamente, certa.
Os fatores considerados mais importantes para temermos um grande surto de Febre de Chikungunya nesse ano são, primeiramente, o fato dela ser infecção viral nova em nosso país, e existem muitas pessoas susceptíveis em nosso estado e, segundo, se o vírus encontrar em nosso estado condições propícias para se propagar, como alta densidade do vetor (figura acima) associada ao potencial de disseminação da chikungunya, que é maior que o da dengue (após o mosquito picar um doente com chikungunya, de 3 a 5 dias já pode transmitir o vírus, enquanto que na dengue e zika leva de 5 a 7 dias) e que o período de viremia da chikungunya, de 10 dias, é maior que o da dengue, de 7 dias, ou seja, o indivíduo doente passa mais dias com o vírus no sangue, aumentando as chances de ser picado pelo mosquito e, consequentemente, aumentando as chances dele se propagar com maior magnitude do que o vírus da dengue. Esses fatores, quando somados, facilitam ainda mais a transmissão entre homens e mosquitos, e isso leva inevitavelmente a um surto pelo vírus da chikungunya em 2017, se esse vírus voltar a circular no Ceará novamente, pois o IIP (Índice de Infestação Predial) de grande parte dos municípios, como mostra a figura já citada, está bastante elevado (>1%) e indivíduos suscetíveis o estado tem de sobra, uma combinação perfeita para um surto, principalmente em se tratando de chikungunya, que tem uma taxa de ataque girando em torno de 70%. Portanto, se esses fatores acontecerem juntos, a epidemia é, praticamente, certa.
Comentários
Postar um comentário