Capa da The Economist é uma passista atolada numa gosma verde |
A revista The Economist volta a dedicar
a capa para o Brasil. Na edição latino-americana que chega às bancas nesta
quinta-feira, 26, uma passista de escola de samba está em um pântano
coberta de gosma verde com o título “O atoleiro do Brasil”.
Em editorial, a revista diz que a antiga estrela
da América Latina “está na maior bagunça desde o começo dos anos 1990″. A
capa da edição da Economist para o restante do mundo não tem o País
como tema principal e dá destaque a outro assunto: o avanço dos telefones
celulares.
A Economist diz em editorial que, durante a campanha,
Dilma Rousseff “pintou um quadro rosa” sobre o Brasil e a campanha teve o discurso de que conquistas como o emprego, aumento da renda e
benefícios sociais seriam ameaçados pela ”oposição neoliberal”.
“Apenas dois meses do novo mandato e os brasileiros
estão percebendo que foi vendida uma falsa promessa”.
“Escapar desse atoleiro seria difícil mesmo para uma
grande liderança política. Dilma, no entanto, é fraca. Ela ganhou a eleição por pequena margem e sua base política está se desintegrando”, diz a
revista.
A Economist nota que boa parte dos problemas
brasileiros foram gerados pelo próprio governo que adotou uma
estratégia de “capitalismo de Estado” no primeiro mandato. Isso gerou
fracos resultados nas contas públicas e minou a política industrial e a
competitividade, diz o editorial. A revista cita que Dilma Rousseff reconheceu
parte desses erros ao convidar Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda.
“No entanto, o fracasso do Brasil em lidar rapidamente com distorções
macroeconômicas deixou o senhor Levy com uma armadilha de recessão”.
Entre as medidas para que o Brasil retome o caminho do
crescimento sustentado, a revista diz que “pode ser muito esperar uma reforma das arcaicas leis trabalhistas”. “Mas ela deve pelo menos
tentar simplificar os impostos e reduzir a burocracia sem sentido”, diz o
texto, ao citar que há sinais de que o Brasil pode se abrir mais ao comércio exterior.
O editorial termina com a lembrança de que o Brasil
não é o único dos BRICS em apuros e a Rússia está em situação pior ainda.
“Mesmo com todos os seus problemas, o Brasil não está em uma confusão tão
grande como a Rússia. O Brasil tem um grande e diversificado setor privado
e instituições democráticas robustas. Mas seus problemas podem ir mais fundo
do que muitos imaginam. O tempo para reagir é agora”.
Comentários
Postar um comentário