Imunizante já tem registro no Brasil desde o final de 2015, mas ainda não está disponível no sistema público
Foto: Ana Cassemelli |
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta
sexta feira, 15, seu parecer favorável à primeira vacina capaz de combater o vírus da dengue. A
entidade recomenda que países com altas taxas de transmissão e surtos
recorrentes incorporem essa medida em suas estratégias de combate à doença.
Além da imunização, é importante eliminar os focos de reprodução do Aedes aegypti, o
mosquito que transmite a enfermidade para seres humanos.
A fórmula, desenvolvida pelo laboratório francês
Sanofi Pasteur, foi testada em mais de 40 mil pessoas espalhadas por 15 países
e mostrou uma taxa de eficácia de 66%. A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do imunizante no último mês de dezembro.
Para que ele seja comercializado, falta definir apenas o preço na Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Distribuição gratuita
A recomendação da OMS é um dos fatores que podem
influenciar o governo numa possível adoção da vacina no Sistema Único de Saúde
(SUS). No entanto, em janeiro deste ano, o então ministro da saúde Marcelo
Castro não se mostrou muito favorável à ideia. Ele afirmou que a vacina é
“muito cara” e que o esquema de aplicação em três doses torna o acompanhamento
da imunização difícil. Segundo ele, para vacinar 10 milhões de pessoas, o custo
poderia chegar a 3 bilhões de reais, e, como temos mais de 200 milhões de
habitantes no país, ficaria inviável incluir a novidade no programa nacional de
imunizações.
Outras vacinas
O produto da Sanofi é o único no mundo que já foi
liberado pelas agências regulatórias de alguns países, como Brasil, México, Filipinas
e El Salvador. Mas existem estudos avançados para o desenvolvimento de
alternativas. No Brasil, o Instituto Butantan — em parceria com o Instituto
Nacional de Saúde dos Estados Unidos — já está na última fase de testes de sua versão do imunizante. A expectativa é que, se tudo
correr bem, ela esteja disponível nos próximos dois ou três anos.
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