Brasileiros poderão comprar teste de HIV na farmácia e fazer exame em casa
Com 143 mil pessoas que desconhecem ser portadores do
vírus no País, Ministério da Saúde solicitou à Anvisa que regulamente a venda
dos testes no Brasil
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
estabeleceu os parâmetros de segurança que permitem o registro no
Brasil de auto-testes para a detecção do vírus HIV. A regulamentação é o
primeiro passo para que empresas possam vender os
exames no País.
A norma da Anvisa atendeu a pedido do Ministério
da Saúde, que solicitou o apoio para regulamentar a comercialização. Abrem-se,
assim, as portas para que o diagnóstico seja feito em total sigilo, em
casa.
O exame consegue detectar a presença do
vírus a partir de amostra de fluido da gengiva ou da bochecha. O
resultado sai em 30 minutos. Como em testes de gravidez, um risco vermelho
indicará negativo; e dois riscos sinalizarão o resultado positivo.
O objetivo da iniciativa é que mais pessoas
fiquem sabendo se são portadoras do HIV e iniciem o tratamento. Estimativas do
Ministério da Saúde apontam que cerca de 143 mil brasileiros desconhecem ser
portadores do vírus.
Como o diagnóstico leva ao uso da medicação que faz
com que o HIV fique indetectável no sangue, a estratégia também
ajudará na redução da transmissão.
Teste detecta
HIV a partir de fluido da gengiva; resultado sai em 30 minutos. Foto:
Divulgação
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Quais normas os testes deverão seguir?
1) Os produtos deverão conter informações
claras que indiquem seu uso seguro e eficaz, incluindo orientações ilustrativas
de como fazer o teste e obter ajuda.
2) A norma também responsabiliza os produtores no
esclarecimento quanto à janela imunológica humana, o intervalo de tempo entre a
infecção pelo vírus e a produção de anticorpos no sangue.
4) Empresas deverão disponibilizar um telefone de
suporte ao usuário 24 horas, durante os sete dias da semana. Uma embalagem
contendo indicação do serviço Disque Saúde do Ministério da Saúde (136) também
deverá vir junto com o produto.
5) Segundo a Anvisa, o resultado obtido no teste,
seja positivo ou negativo, deverá ser confirmado por um serviço de saúde
especializado e em testes laboratoriais.
6) A agência determinou também que o teste
rápido não poderá ser utilizado na seleção de doadores em serviços de coleta de
sangue.
Auto-testes já foram feitos em serviços de saúde no Brasil
Em janeiro desse ano, o Ministério da Saúde já tinha
adotado programas especiais do auto-teste em campanhas com ONGs e serviços de
saúde pública. O kit foi produzido pela Fiocruz.
Como nos testes a serem comercializados, o exame
também é feito a partir de fluido extraído da gengiva e da mucosa da
bochecha com o auxílio de uma haste descartável.
É preciso que a pessoa evite ingerir alimento ou
bebida, fume ou inale qualquer substância, escove os dentes e use antisséptico
bucal nos 30 minutos anteriores. Também é necessário retirar o batom e
evitar atividade oral que deixe resíduo.
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