Dois terços dos fumantes vão morrer por conta do vício, reduzindo suas vidas em 10 anos, diz pesquisa com 200.000 pessoas
Dois em cada três fumantes morrerão pelo vício,
diminuindo a estimativa de suas vidas em uma média de 10 anos, dizem os
cientistas.
Um estudo envolvendo mais de 200.000 pessoas descobriu
que os fumantes têm três vezes mais probabilidade de morte antecipada do que
aqueles que nunca usaram tabaco.
Até então, nenhuma surpresa para os pesquisadores,
exceto pela alta proporção. Em comparação com os não-fumantes, fumantes de
apenas dez cigarros por dia, apresentam risco dobrado de morte, enquanto os que
consomem 20 por dia aumentam o risco em cinco vezes.
Até pouco tempo atrás, acreditava-se que cerca de
metade dos fumantes que morriam eram vítimas de uma doença relacionada ao
hábito, mas estudos mais recentes na Grã-Bretanha e nos EUA elevaram ainda mais
o número, em até 67 por cento.
Agora, essa última pesquisa, realizada na Austrália e
publicada na revista BMC Medicine, é a primeira a realizar o mesmo teste, porém
com uma grande quantidade de participantes, aumentando a precisão da contagem.
"Se você é um fumante, as chances de uma morte
relacionada à isso são grandes”, disse a principal autora da pesquisa, a
professora Emily Banks, do Instituto Sax de Sydney e da Universidade Nacional
Australiana. "A boa notícia é que se você parar, os benefícios são claros
e duradouros", completou.
Os pesquisadores acompanharam um grupo de cerca de
200.000 australianos de 45 anos, ao longo de quatro anos. Descobriu-se que as
taxas de mortalidade entre os fumantes eram cerca de três vezes maior do que as
de não-fumantes, mas aqueles que largaram o vício, mesmo tardiamente,
conseguiram reduzir o índice.
George Butterworth, gerente de política do tabaco no Cancer
Research UK, disse: "É uma preocupação real de que a devastação causada pelo
tabagismo possa ser ainda maior do que se pensava anteriormente. Pesquisas
anteriores já haviam mostrado, em uma estimativa conservadora, que um em cada
dois fumantes de longo prazo poderão morrer de doenças relacionadas ao
tabagismo, no Reino Unido, mas estes novos números australianos apresentam
riscos ainda maiores".
Banks disse que, apesar de parecer óbvio, é importante
detalhar o quão perigoso pode ser a prática. "Sabíamos dos males do hábito
mas agora temos evidência independente direta que confirma as conclusões
perturbadoras que têm surgido a níveis internacionais”. Ela elogiou as medidas
de controle do tabaco da Austrália, que reduziram as taxas de tabagismo em 12,8
%, uma das mais baixas do mundo. Mas ela disse que os resultados servem como um
importante lembrete dos riscos do tabagismo.
Fonte:http://www.jornalciencia.com/sociedade/diversos
Fonte:http://www.jornalciencia.com/sociedade/diversos
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