Cientistas
anunciam a eficácia, em humanos, de um imunizante para o controle do tipo 1 da
doença. Além disso, a ciência apresenta novos remédios e até a criação de
pâncreas artificial
Monique Oliveira, de Chicago (EUA)
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos
Estados Unidos, anunciaram na última semana um passo importante em direção à
primeira vacina contra a diabetes. Os cientistas criaram um imunizante que se
mostrou eficaz para controlar, em humanos, o tipo 1 da doença, que ocorre
porque o sistema imunológico do próprio corpo passa a atacar as células beta,
situadas no pâncreas, que fabricam a insulina. O hormônio permite a entrada,
nas células, da glicose circulante na corrente sanguínea. Com menos insulina,
há um acúmulo de açúcar no sangue, o que caracteriza a diabetes. O outro
tipo, o 2, é resultado de alterações promovidas principalmente pela
obesidade.
Veja também: DENGUE: Vacina atinge mais de 60% de eficácia, mas ainda falta análise da ANVISA para ser utilizada no Brasil |
A vacina impediu o ataque de um tipo de célula CD8 – integrantes do
sistema imunológico – às células beta (leia mais no quadro). “Estamos muito
excitados com o resultado. Sugere que o sonho de interromper o ataque do
sistema imunológico a células específicas pode ser realizado”, afirmou Lawrence
Steinman, um dos líderes da pesquisa realizada com 80 pacientes. Os cientistas
planejam expandir os experimentos para investigar a eficácia do remédio em mais
indivíduos.
Interromper a destruição comandada pelo corpo é um dos objetivos
perseguidos por cientistas em todo o mundo. Recentemente, a Diabetes UK,
entidade inglesa de combate à doença, anunciou um ambicioso projeto de pesquisa
em busca de uma vacina com esse propósito. Por essa razão, o feito dos
americanos foi saudado. “Pela primeira vez temos evidência da eficácia de uma
vacina em humanos. É um passo significativo em direção a um mundo sem diabete tipo
1”, afirmou Karen Addington, especialista inglesa.
Foto: http://www.istoe.com.br/reportagens
CARDÁPIO Teixeira cuida da alimentação para evitar
crises de hipoglicemia
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A notícia da vacina somou-se a outras boas novidades divulgadas na
semana passada. Nos Eua, onde ocorreu o congresso da Associação Americana de
Diabetes, anunciou-se entre os avanços (leia no quadro) a chegada de um
pâncreas artificial, capaz de equilibrar os níveis de insulina no organismo.
Produzido pela Medtronic, o aparelho está sob avaliação do Food and Drug
Administration, órgão americano responsável pela liberação de aparelhos de
saúde. “Essa tecnologia é um passo importante para a criação de um sistema de
entrega de insulina mais inteligente”, disse Rich Bergenstal, investigador
principal da pesquisa apresentada para a aprovação do dispositivo.
O pâncreas artificial é dotado de um sensor e um software acoplados a
uma bomba de insulina e promove a liberação do hormônio de acordo com a
necessidade. Dessa forma, diminui o risco de crises de hipoglicemia, um dos
reveses mais comuns no controle da doença. “Alguns médicos até demoram a
receitar a insulina, de tão complicado que pode ser sua aplicação”, diz o
médico Freddy Eliaschewitz, de São Paulo, presente no encontro americano. O
administrador de empresas Luiz Carlos Teixeira, 63 anos, de São Paulo, toma
cuidado para não sofrer com o problema. “Procuro me alimentar bem”, diz.
Ilustração: http://www.istoe.com.br |
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