Africano está internado no Rio de Janeiro desde a semana passada, teve resultado do 2º exame nessa segunda feira também negativo.Ministério da Saúde, portanto, descarta o caso.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou na tarde
desta segunda-feira (13) que o segundo exame feito pelo africano internado no
Rio de Janeiro com suspeita de ebola deu resultado negativo. O homem foi o primeiro
caso suspeito da doença no Brasil. "Nós recebemos há pouco o laudo do
Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, confirmando o resultado negativo da
segunda amostra. Consideramos o caso suspeito como caso descartado", disse
Chioro.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, no
Rio de Janeiro, informou queSouleymane
Bah já saiu do isolamento a que são submetidos os suspeitos de ebola e está
em um quarto na Fiocruz desde 16h30 desta segunda. A saída dele do local será
decidida na terça (14), após entrevista do Ministério da Saúde. Ele não deve
falar com a imprensa, mas a questão logística não será decidida pela fundação,
segundo informou sua assessoria de imprensa.
Bah saiu da Guiné no dia 18 de setembro e chegou ao Brasil no dia 19, depois de
uma escala em Marrocos. Ele seguiu de ônibus para a Argentina e, ao entrar
novamente no país, pediu refúgio no posto da Polícia Federal da cidade de
Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. No dia 24, foi para Cascavel, no Paraná,
onde se hospedou em um albergue com dois africanos.
Na quinta-feira (9), procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) depois de
apresentar febre. Ele relatou que o sintoma começou na quarta-feira (8). Na
sexta (10), foi levado ao Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira
(FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas,
ligado à Fiocruz, referência em doenças infecciosas.
Preconceito
O ministro Chioro criticou o preconceito contra pessoas com suspeita da doença,
especialmente de manifestações racistas ocorridas após o anúncio do primeiro
caso. "Não só contra essa pessoa que viveu alguns dias como caso suspeito
e que está legalmente entre nós, ele tem o visto, ele pediu refúgio, ele quer
trabalhar. É inaceitável que em um país como o nosso ainda tenhamos
manifestação desta natureza", disse Chioro.
Transmissão
Seguindo o protocolo da Organização Mundial de Saúde,
o africano fez dois testes. O resultado do primeiro saiu no sábado pela manhã e
apontou que ele não tinha a doença, mas o ministério decidiu não desmobilizar
os esforços até a análise da segunda amostra para seguir as orientações de
prevenção.
Chioro afirmou que as medidas de prevenção contra o
avanço da doença no país seguem sendo adotadas, incluindo simulações em portos
e aeroportos. Ele também declarou que o ministério está comunicando a
Organização Mundial da Saúde e as secretarias de Cascavel, no Paraná, e do Rio
de Janeiro sobre o resultado.
Além disso, a pasta suspendeu o monitoramento das 64
pessoas que tiveram contato com Bah. "Eu me sinto aqui na obrigação de
comunicar a todos que esse segundo resultado é negativo, felizmente é negativo.
Portanto, damos como suspenso o monitoramento dos outros pacientes."
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa,
informou que o paciente vai passar por novos exames para identificar que doença
ele teve. Segundo o gestor, os testes não foram feitos antes para minimizar
riscos de contágio dos profissionais da saúde que o atendiam, já que havia
suspeita de ebola.
Nós recebemos há pouco o laudo do Instituto Evandro
Chagas, em Belém do Pará, confirmando o resultado negativo da segunda amostra.
Consideramos o caso suspeito como caso descartado"
Arthur Chioro, ministro da Saúde
Bah chegou ao Brasil na condição de refugiado e, de
acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração,
pode permanecer no país até 22 de setembro de 2015.
O ebola é uma doença infecciosa grave
provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino,
fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm
vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo
contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor,
saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de
contaminação pelo ar.
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Quem tiver voltado de um dos países da África
afetados pela epidemia – Libéria,
Guiné ou Serra Leoa – e apresentar febre ou algum dos outros sintomas,
deve procurar uma unidade de saúde e informar a equipe sobre a viagem.
De acordo com Chioro, há atualmente 32 brasileiros na
Guiné, 25 na Libéria e 2 em Serra Leoa. Chioro disse que o Ministério das
Relações Exteriores faz reuniões semanais para acompanhar a situação dos 59
brasileiros nos países mais afetados pela doença. No caso dos profissionais que
atuam na organização Médicos Sem Fronteiras, há um contato mais intenso, já que
o risco é maior, afirmou.
O ministério disponibiliza um serviço de atendimento
ao público sobre questões relacionadas à doença. As dúvidas podem ser tiradas
pelo Disque Saúde, no número 136.
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